Seja seguidor deste blog e receba novas postagens no seu email

terça-feira, 5 de novembro de 2024

Excelência na Gestão de Inventários: Maximizando Eficiência com Boas Práticas

Excelência na Gestão de Inventários: Maximizando Eficiência com Boas Práticas


Resumo: A gestão de inventários desempenha um papel fundamental no sucesso operacional de uma organização. A adoção de boas práticas, como a utilização de lotes econômicos, estoque de segurança, análise de lead time, pontos de pedido e análise ABC do estoque, permite otimizar o fluxo de materiais, reduzir custos e melhorar o atendimento ao cliente. Este artigo apresentará cada uma dessas práticas, discutindo suas características, benefícios e formas de implementação, com exemplos numéricos e fórmulas detalhadas, de acordo com as referências da literatura especializada.

Introdução

A gestão de inventários é uma atividade essencial para garantir o suprimento adequado de materiais e produtos, minimizando custos e atendendo às demandas dos clientes. Neste artigo, serão exploradas as boas práticas relacionadas aos lotes econômicos, estoque de segurança, análise de lead time, pontos de pedido e análise ABC do estoque.


Lotes Econômicos


Os lotes econômicos são uma prática que visa determinar a quantidade ideal de um item a ser adquirido ou produzido em cada pedido, considerando o custo de setup e o custo de manter o estoque. A fórmula clássica para o cálculo do lote econômico é o modelo de Wilson, representado pela fórmula:


Lote econômico = √(2DS/H)

Onde:D representa a demanda anual do item;
S é o custo de setup (preparação) para realizar um pedido;
H é o custo de manter um item em estoque por unidade durante um ano.


Por exemplo, suponha que a demanda anual de um determinado produto seja de 1.200 unidades, o custo de setup seja de R$ 50 por pedido e o custo de manutenção seja de R$ 10 por unidade ao ano. Utilizando a fórmula, teríamos:

Lote econômico = √((2 * 1.200 * 50) / 10) = 244,95 ≈ 245 unidades

Portanto, o lote econômico seria de aproximadamente 245 unidades.

Estoque de Segurança 


O estoque de segurança é uma quantidade adicional de itens mantida para proteger a organização contra incertezas na demanda e no tempo de ressuprimento. É importante considerar fatores como a variabilidade da demanda, a variabilidade do lead time e o nível de serviço desejado ao determinar o tamanho do estoque de segurança.


Uma forma de calcular o estoque de segurança é utilizando a fórmula do desvio padrão da demanda durante o tempo de ressuprimento:

Estoque de segurança = Z * √(L * σ²)

Onde:Z é o valor correspondente ao nível de serviço desejado (exemplo: para um nível de serviço de 95%, Z seria 1,65);
L é o tempo de ressuprimento em unidades de tempo;
σ² é a variância da demanda durante o tempo de ressuprimento.


Suponha que a demanda média durante o tempo de ressuprimento seja de 50 unidades, o tempo de ressuprimento seja de 5 dias e a variância da demanda seja de 100 unidades². Considerando um nível de serviço de 95% (Z = 1,65), podemos calcular o estoque de segurança da seguinte forma:

Estoque de segurança = 1,65 * √(5 * 100) = 41,42 ≈ 42 unidades

Portanto, o estoque de segurança seria de aproximadamente 42 unidades.

Análise de Lead Time 


A análise de lead time envolve o estudo e a medição do tempo necessário para que um item seja entregue desde o momento em que um pedido é feito até o momento em que o item está disponível para uso ou venda. É importante considerar a variabilidade do lead time ao definir os níveis de estoque e o estoque de segurança.


Uma forma de calcular o estoque de segurança levando em conta o lead time é utilizar o desvio padrão do lead time e o desvio padrão da demanda. A fórmula para calcular o estoque de segurança considerando o lead time é:

Estoque de segurança = Z * √(L * σ²_d + σ²_LT)

Onde:Z é o valor correspondente ao nível de serviço desejado;
L é o tempo de ressuprimento em unidades de tempo;
σ²_d é a variância da demanda durante o tempo de ressuprimento;
σ²_LT é a variância do lead time.


Vamos supor que o desvio padrão da demanda durante o tempo de ressuprimento seja de 20 unidades, o desvio padrão do lead time seja de 2 dias e considerando um nível de serviço de 95% (Z = 1,65). Utilizando a fórmula, teríamos:

Estoque de segurança = 1,65 * √(5 * 20² + 2²) = 43,23 ≈ 43 unidades

Portanto, considerando o lead time, o estoque de segurança seria de aproximadamente 43 unidades.


Pontos de Pedido


Os pontos de pedido são níveis de estoque em que ocorre uma nova ordem de compra ou produção. Eles são calculados com base na demanda média, no tempo de ressuprimento e no estoque de segurança. Estabelecer pontos de pedido adequados é essencial para evitar a falta de itens em estoque.


O ponto de pedido é dado pela seguinte fórmula:

Ponto de pedido = Demanda média * Tempo de ressuprimento + Estoque de segurança

Suponha que a demanda média seja de 10 unidades por dia e o tempo de ressuprimento seja de 7 dias. Considerando o estoque de segurança de 30 unidades, podemos calcular o ponto de pedido da seguinte forma:

Ponto de pedido = 10 * 7 + 30 = 100 unidades

Portanto, o ponto de pedido seria de 100 unidades.

Análise ABC do Estoque 


A análise ABC é uma técnica utilizada na gestão de estoques para classificar os itens de acordo com sua importância relativa em termos de valor monetário. Essa classificação

é fundamental para direcionar os esforços de gestão e controle de estoque de forma mais eficiente.

A classificação ABC divide os itens em três categorias:

Itens Classe A: são os itens de maior valor e representam uma porcentagem significativa do valor total do estoque. Esses itens devem receber maior atenção e controle, pois sua falta pode causar impactos significativos na empresa. Geralmente, são cerca de 20% dos itens que correspondem a 80% do valor do estoque.


Itens Classe B: são itens de valor intermediário, que representam uma porcentagem moderada do valor do estoque. Esses itens devem receber um nível de controle moderado, buscando otimizar sua gestão e garantir a disponibilidade adequada. Normalmente, são cerca de 30% dos itens que correspondem a 15% do valor do estoque.


Itens Classe C: são itens de menor valor, que representam uma porcentagem baixa do valor do estoque. Esses itens requerem menos controle e atenção, pois sua falta não terá um impacto significativo no negócio. Geralmente, são cerca de 50% dos itens que correspondem a 5% do valor do estoque.

A análise ABC permite priorizar ações e alocação de recursos de acordo com a importância dos itens. Por exemplo, é possível implementar políticas de controle mais rigorosas para os itens Classe A, como monitoramento frequente, redução de lead time e negociação de preços, enquanto os itens Classe C podem ser gerenciados com políticas mais flexíveis, como controle periódico e ordens de compra automáticas.

Conclusão

A gestão de inventários é uma atividade complexa que exige a adoção de boas práticas para garantir o equilíbrio entre o atendimento ao cliente e a minimização de custos. As práticas de lotes econômicos, estoque de segurança, análise de lead time, pontos de pedido e análise ABC do estoque são fundamentais para uma gestão eficiente.

Ao utilizar as fórmulas e exemplos numéricos apresentados, é possível calcular os parâmetros adequados para cada uma dessas práticas, proporcionando um melhor controle e planejamento dos estoques.

No entanto, é importante ressaltar que a gestão de inventários é um processo contínuo e dinâmico, sujeito a mudanças nas demandas e nas condições de mercado. Portanto, é fundamental revisar e atualizar regularmente as práticas de gestão de inventários, buscando aprimorar a eficiência e a competitividade da organização.

Referências:

Chopra, S., & Meindl, P. (2016). Gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operação. Pearson.

Monczka, R. M., Handfield, R. B., Giunipero, L. C., & Patterson, J. L. (2015). Purchasing and supply chain management. Cengage Learning.

Silver, E. A., Pyke, D. F., & Peterson, R. (2017). Inventory management and production planning and scheduling. John Wiley & Sons.


Monczka, R. M., Handfield, R. B., Giunipero, L. C., & Patterson, J. L. (2015). Purchasing and supply chain management. Cengage Learning.

Silver, E. A., Pyke, D. F., & Peterson, R. (2017). Inventory management and production planning and scheduling. John Wiley & Sons.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

VEJAM TAMBÉM