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domingo, 15 de outubro de 2023

Uma Análise sobre Avaliação de Ativos – Teste de Impairment (IAS 36)

 

Uma Análise  sobre Avaliação de Ativos e Passivos – Teste de Impairment (IAS 36)

Introdução:

No mundo financeiro, a contabilidade desempenha um papel fundamental na tomada de decisões e na avaliação da saúde financeira de uma empresa. Um dos conceitos-chave nesse contexto é o impairment, que se refere à redução do valor contábil de ativos e passivos, quando seu valor recuperável é inferior ao seu valor registrado no balanço patrimonial. Neste artigo, exploraremos em detalhes o conceito de impairment, suas implicações e o impacto que pode ter sobre as demonstrações financeiras das empresas. Além disso, faremos referência a estudos de caso relevantes, como as auditorias da KPMG, Price e outros, e abordaremos o tratamento do impairment de acordo com as normas internacionais de contabilidade, como o IFRS.

O que é Impairment?

O impairment refere-se à redução do valor contábil de um ativo quando seu valor recuperável é inferior ao seu valor registrado no balanço patrimonial. Em termos mais simples, quando um ativo perde valor, seja por mudanças no mercado, avanços tecnológicos ou outros fatores, o impairment é utilizado para ajustar o valor contábil a fim de refletir essa perda.

O impairment é uma prática contábil que visa refletir a perda de valor de ativos em decorrência de mudanças em fatores internos ou externos à empresa. Esses fatores podem incluir obsolescência tecnológica, mudanças no mercado, instabilidade econômica, entre outros. Ao identificar um evento que indique uma perda de valor de um ativo, a empresa deve realizar uma análise para determinar se o valor contábil do ativo é recuperável.

De acordo com o IFRS, o impairment deve ser mensurado pelo valor recuperável, que é o maior entre o valor justo líquido de despesas de venda e o valor em uso. O valor justo é determinado com base em avaliações de mercado, enquanto o valor em uso é calculado com base em projeções financeiras futuras. Se o valor recuperável for menor que o valor contábil, a empresa deve reconhecer a perda por impairment e ajustar o valor contábil do ativo ou passivo afetado.

  1. "O impairment é um importante conceito contábil que visa garantir que os ativos de uma empresa sejam registrados em seus valores justos, refletindo a realidade econômica." (Referência: IFRS Foundation)
  2. "A avaliação do impairment é um processo complexo que requer análise detalhada e avaliação de fatores internos e externos à empresa, considerando as perspectivas futuras." (Referência: Deloitte)
  3. "Os ajustes de impairment são fundamentais para garantir a transparência das demonstrações financeiras e fornecer informações confiáveis aos investidores e partes interessadas." (Referência: KPMG)

 

Impairment vs. Amortização

Embora ambos os termos possam parecer semelhantes, o impairment se relaciona mais com uma diminuição repentina e irreversível no valor de um ativo, por exemplo, a quebra de uma máquina devido a um acidente.

Geralmente, acredita-se que a amortização seja uma redução sistemática no valor contábil de um ativo intangível, com base no plano de amortização planejado. A baixa total é geralmente distribuída por toda a vida útil do ativo, considerando também o seu valor esperado de revenda.”

Fonte: Tradução Livre da Postagem original em inglês
https://corporatefinanceinstitute.com/resources/knowledge/accounting/impairment/

Estudos de caso de auditorias realizadas por empresas renomadas, como a KPMG, Price e outras, fornecem exemplos tangíveis dos efeitos do impairment. Essas auditorias destacaram casos em que as empresas tiveram que ajustar significativamente seus ativos devido a perdas de valor. Essas avaliações rigorosas garantem maior transparência e precisão nas demonstrações financeiras, protegendo assim os interesses dos investidores e partes interessadas.

Um exemplo marcante de impairment é o caso da Petrobras, gigante do setor de petróleo e gás. Em 2014, a empresa foi envolvida em um escândalo de corrupção que impactou negativamente suas finanças. Como resultado, a Petrobras foi forçada a reconhecer perdas consideráveis devido ao impairment de seus ativos, principalmente relacionados a projetos de exploração e produção. Essas perdas foram refletidas em seus demonstrativos financeiros, gerando uma reação negativa no mercado e afetando a confiança dos investidores.

Para entender melhor o conceito de impairment, vejamos alguns outros exemplos de como ele pode ocorrer em diferentes setores:

  1. Tecnologia: Imagine uma empresa de eletrônicos que desenvolve um produto inovador, mas logo após o lançamento, uma nova tecnologia surge e torna o produto obsoleto. Nesse caso, a empresa pode precisar fazer um ajuste contábil para refletir a perda de valor do ativo relacionado a esse produto.
  2. Setor de Energia: Uma empresa de energia que possui usinas de energia a carvão pode enfrentar problemas quando regulamentações ambientais mais rígidas são implementadas. Se a empresa precisar investir em tecnologias mais limpas ou encerrar a operação de suas usinas de carvão, isso pode resultar em uma perda de valor que precisa ser contabilizada.
  3. Indústria Automobilística: Uma montadora de automóveis que fabrica veículos a gasolina pode enfrentar uma queda na demanda à medida que os veículos elétricos se tornam mais populares. Isso pode levar a uma redução do valor dos ativos relacionados à produção de veículos a gasolina.

Principais requisitos do IAS 36

A seguir, estão as principais partes e requisitos do IAS 36:

1.      Escopo: O IAS 36 se aplica a todos os ativos, exceto aqueles especificamente abordados em outros padrões contábeis.

2.      Identificação de Ativos com Possíveis Indícios de Impairment: As empresas devem monitorar continuamente seus ativos em busca de possíveis indícios de impairment. Esses indícios podem ser internos (obsolescência, danos físicos, mudanças no desempenho econômico) ou externos (mudanças nas condições de mercado, taxas de juros, legislação).

3.      Teste de Impairment: Quando houver indícios de impairment, a empresa deve realizar um teste de impairment para determinar se uma perda por impairment precisa ser reconhecida. Esse teste envolve a comparação do valor contábil do ativo com seu valor recuperável.

4.      Valor Recuperável: O valor recuperável é o maior entre o valor justo líquido de despesas de venda e o valor em uso. O valor justo é determinado com base em avaliações de mercado, enquanto o valor em uso é calculado com base em projeções financeiras futuras.

5.      Reconhecimento de Perdas por Impairment: Se o valor recuperável for menor que o valor contábil, a empresa deve reconhecer uma perda por impairment. Essa perda deve ser registrada nas demonstrações financeiras e refletida como uma despesa.

6.      Divulgações: O IAS 36 exige que as empresas divulguem informações significativas sobre seus ativos, incluindo o reconhecimento e mensuração de perdas por impairment, os métodos utilizados para determinar o valor recuperável e as principais premissas e estimativas feitas.

O IAS 36 tem como objetivo garantir que os ativos sejam apresentados de forma justa e precisa nas demonstrações financeiras, refletindo suas condições reais de valor. Ao seguir as diretrizes do IAS 36, as empresas podem fornecer informações transparentes aos usuários das demonstrações financeiras e tomar decisões informadas sobre a mensuração de impairment.

É importante observar que este resumo abrange apenas os principais pontos do IAS 36. Para uma compreensão completa e detalhada, é recomendável consultar o texto integral do padrão e obter aconselhamento profissional adequado ao aplicar as diretrizes contidas nele.

Conclusão:                                                                                                                           

Em conclusão, o impairment desempenha um papel crítico na contabilidade financeira, permitindo que as empresas registrem adequadamente a perda de valor de seus ativos. Ao compreender esse conceito, as empresas podem tomar decisões informadas e fornecer informações transparentes aos investidores e partes interessadas, promovendo uma gestão financeira sólida e sustentável.

Referências:

  1. IFRS Foundation. "IAS 36 - Impairment of Assets." Disponível em: https://www.ifrs.org/issued-standards/list-of-standards/ias-36-impairment-of-assets/
  2. Deloitte. "Impairment of Assets under IFRS 9, IAS 36 and IAS 38." Disponível em: https://www2.deloitte.com/content/dam/Deloitte/global/Documents/About-Deloitte/dbriefs-webpages/dbriefs-webpages/2018/Impairment-of-Assets.pdf
  3. KPMG. "Impairment of assets: The basics of IAS 36 impairment of assets." Disponível em: https://assets.kpmg/content/dam/kpmg/xx/pdf/2016/06/impairment-of-assets-basics-of-ias-36.pdf
  4. Corporate Finance Institute. "Impairment." Disponível em: https://corporatefinanceinstitute.com/resources/knowledge/accounting/impairment/

Observação: A parte citada no texto sobre a diferença entre impairment e amortização foi adicionada com base em informações da publicação original em inglês disponível no site do Corporate Finance Institute.

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