Melhorando os Sistemas de Contabilidade de Custos:
Abordando Erros Comuns e a Necessidade de Conhecimento Prático
Introdução
Os Sistemas de Contabilidade de Custos desempenham um papel fundamental no controle e otimização de custos para as organizações. Apesar da disponibilidade de abordagens avançadas como Target Costing, Custos Estratégicos e Custeio Baseado em Atividades, esses sistemas frequentemente deixam a desejar em fornecer condições ideais para o gerenciamento de custos. Neste artigo, discutiremos os quatro maiores erros comumente observados nos Sistemas de Contabilidade de Custos e enfatizaremos a necessidade de conhecimento prático e experiência em primeira mão no desenvolvimento desses sistemas. Utilizaremos insights de especialistas como Robert S. Kaplan e Peter Drucker para destacar a importância de entender as realidades práticas dos processos de geração de custos.
Erro
1: Falta de Foco nas Causas dos Custos
Uma
grande falha em muitos Sistemas de Contabilidade de Custos é a ênfase limitada
nas causas dos custos, concentrando-se apenas nas consequências. Os custos não
são números isolados, mas são influenciados por vários processos e subprocessos
envolvidos na produção. Fatores como procedimentos de configuração, qualidade
do planejamento da produção, qualidade da matéria-prima, manutenção preventiva
e preditiva, capacidade ociosa e outros determinam os custos finais. Kaplan
(2005) enfatiza a importância de compreender os impulsionadores de custos e
abordá-los em sua causa raiz para um controle de custos eficaz.
Erro
2: Excesso de Foco nos Custos de Processamento
Outro
erro comum cometido pelos gestores de Sistemas de Contabilidade de Custos é a
ênfase excessiva nos custos de processamento, incluindo mão de obra, mão de
obra indireta e outros custos indiretos. Muitos sistemas de custos tradicionais
deixam de abordar adequadamente várias outras categorias de custos, como
matéria-prima, embalagem, custos de qualidade e não qualidade, custos de
manutenção, custos com serviços terceirizados, logística e transporte. Drucker
(1999) enfatiza a importância de considerar todos os componentes de custos de
forma abrangente para obter uma visão holística da estrutura de custos.
Erro
3: Ênfase Insuficiente em Indicadores Não Financeiros
Os
sistemas de custos contábeis frequentemente se concentram apenas em valores
financeiros, ignorando indicadores não financeiros e outros fatores
determinantes que impactam os custos. Embora os valores financeiros sejam
essenciais, uma avaliação detalhada de indicadores não financeiros é crucial
para um controle e otimização de custos eficazes. Fatores como volume de
produção, desempenho da produção, eficiência geral do equipamento (OEE),
capacidade ociosa e taxas de refugo fornecem insights valiosos para o
gerenciamento de custos. Kaplan e Norton (1992) defendem o uso equilibrado de
medidas financeiras e não financeiras.
Erro
4: Falta de Engajamento no Nível Operacional
Um
erro prevalente cometido pelos burocratas da contabilidade de custos é a
desconexão com o local real onde os custos ocorrem. Passar anos apenas
calculando custos sem visitar e observar os processos de geração de custos
prejudica a compreensão abrangente dos fatores que influenciam os custos. Para
empresas de manufatura, o contato frequente com o chão de fábrica é crucial,
pois permite um conhecimento de primeira mão dos processos de produção. Além
disso, o envolvimento com fornecedores e clientes fornece insights valiosos
sobre os impulsionadores de custos em toda a cadeia de valor. Kaplan e Anderson
(2004) destacam a importância do contato direto com processos e agentes
envolvidos na geração de custos para obter uma compreensão mais profunda da
dinâmica subjacente dos custos.
Conclusão
Os
Sistemas de Contabilidade de Custos, apesar da adoção de abordagens avançadas,
frequentemente não conseguem fornecer um controle efetivo de custos e
otimização devido a vários erros comuns. A falta de foco nas causas dos custos,
a ênfase excessiva nos custos de processamento, a consideração insuficiente de
indicadores não financeiros e a falta de engajamento no nível operacional são
deficiências significativas. Para superar esses desafios, é crucial que os
autores e desenvolvedores de literatura de contabilidade de custos possuam
conhecimento prático e experiência prática nos aspectos operacionais das
organizações. Como Kaplan (1983) afirmou com precisão: "O conhecimento é
inútil, a menos que seja aplicado em atividades práticas". Integrando
insights práticos às práticas de contabilidade de custos, as organizações podem
alcançar um controle aprimorado de custos e otimização, levando a uma melhoria
geral do desempenho.
Referências:
Drucker,
P. F. (1999). Desafios Gerenciais para o Século XXI. Elsevier.
Kaplan,
R. S. (1983). Medindo o desempenho de manufatura: um novo desafio para a
pesquisa contábil gerencial. The Accounting Review, 58(4), 686-705.
Kaplan,
R. S. (2005). A organização voltada para a estratégia: como as empresas do
Balanced Scorecard prosperam no novo ambiente de negócios. Harvard Business
Press.
Kaplan,
R. S., & Anderson, S. R. (2004). Custeio Baseado em Atividades Baseado em
Tempo. Harvard Business Review, 82(11), 131-138.
Kaplan, R. S., & Norton, D. P. (1992). O Balanced Scorecard: medidas que impulsionam o desempenho. Harvard Business Review, 70(1), 71-79.
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