Introdução
A gestão eficiente de custos é fundamental para o sucesso das organizações, sendo tema central tanto para contadores quanto para gestores. Um dos maiores diferenciais dos especialistas em gestão de custos está na capacidade de entender quando e como priorizar metodologias como custeio variável, custeio por absorção (integral) e o uso de análises diferenciais. O desenvolvimento e parametrização de sistemas de custos estruturados em ERPs modernas, como o SAP, evidencia ainda mais o papel estratégico do controle de custos para a tomada de decisão e avaliação patrimonial. A seguir, são detalhados os conceitos, aplicações práticas, limitações e complementaridades dessas ferramentas de custeio, sempre considerando a literatura de referência e as exigências normativas e fiscais.
Introdução
A gestão eficiente de custos é fundamental para o sucesso das organizações, sendo tema central tanto para contadores quanto para gestores. Um dos maiores diferenciais dos especialistas em gestão de custos está na capacidade de entender quando e como priorizar metodologias como custeio variável, custeio por absorção (integral) e o uso de análises diferenciais. O desenvolvimento e parametrização de sistemas de custos estruturados em ERPs modernas, como o SAP, evidencia ainda mais o papel estratégico do controle de custos para a tomada de decisão e avaliação patrimonial. A seguir, são detalhados os conceitos, aplicações práticas, limitações e complementaridades dessas ferramentas de custeio, sempre considerando a literatura de referência e as exigências normativas e fiscais.
1. Conceito de custeio variável e custeio pleno (por absorção)
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O custeio variável apropria apenas os custos variáveis ao produto, tratando os custos fixos como despesas do período (SCANFERLA, 2015; ABBAS, 2012). É especialmente útil para análises de margem de contribuição, ponto de equilíbrio, decisões de curto prazo e gestão operacional.
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O custeio integral ou por absorção incorpora todos os custos diretos e indiretos (fixos e variáveis) ao produto, sendo obrigatório pela legislação fiscal e essencial para valorização dos estoques (SANTOS, 1999; BEUREN, 2003).
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O custeio variável apropria apenas os custos variáveis ao produto, tratando os custos fixos como despesas do período (SCANFERLA, 2015; ABBAS, 2012). É especialmente útil para análises de margem de contribuição, ponto de equilíbrio, decisões de curto prazo e gestão operacional.
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O custeio integral ou por absorção incorpora todos os custos diretos e indiretos (fixos e variáveis) ao produto, sendo obrigatório pela legislação fiscal e essencial para valorização dos estoques (SANTOS, 1999; BEUREN, 2003).
2. Objetivos e limitações de cada método
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O custeio variável é voltado para suporte às decisões de curto prazo, como vendas incrementais, promoções e avaliações de rentabilidade, mas não pode ser utilizado para fins fiscais ou balanço patrimonial (ABBAS, 2012).
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O custeio por absorção atende à necessidade contábil e fiscal de mensuração dos estoques, sendo exigido para formação de demonstrações financeiras e cálculo do CPV (custo dos produtos vendidos) (SANTOS, 1999).
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O custeio variável é voltado para suporte às decisões de curto prazo, como vendas incrementais, promoções e avaliações de rentabilidade, mas não pode ser utilizado para fins fiscais ou balanço patrimonial (ABBAS, 2012).
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O custeio por absorção atende à necessidade contábil e fiscal de mensuração dos estoques, sendo exigido para formação de demonstrações financeiras e cálculo do CPV (custo dos produtos vendidos) (SANTOS, 1999).
3. Rateio de custos indiretos: critérios e impacto
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A alocação de custos indiretos pode ser realizada por critérios simplistas (horas-máquina, produção, área, entre outros) ou métodos mais complexos, de acordo com a representatividade e relevância destes custos (MODEL, 2001).
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A escolha do critério influencia diretamente a apuração dos custos unitários e pode afetar decisões de produção, precificação e avaliação de estoques. O uso criterioso do rateio é essencial para evitar distorções e enviesamentos (MODEL, 2001; ACTIONSYS, 2021).
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A alocação de custos indiretos pode ser realizada por critérios simplistas (horas-máquina, produção, área, entre outros) ou métodos mais complexos, de acordo com a representatividade e relevância destes custos (MODEL, 2001).
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A escolha do critério influencia diretamente a apuração dos custos unitários e pode afetar decisões de produção, precificação e avaliação de estoques. O uso criterioso do rateio é essencial para evitar distorções e enviesamentos (MODEL, 2001; ACTIONSYS, 2021).
4. Estruturação dos sistemas de custos (ERP)
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Sistemas de ERP, como o SAP, permitem identificar e analisar detalhadamente cada componente de custos (matéria-prima, embalagens, mão de obra direta, outros custos variáveis, custos fixos indiretos, etc.), facilitando o controle, análise gerencial e políticas de redução de despesas (ACTIONSYS, 2021; ALBUQUERQUE, 2025).
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A parametrização adequada do ERP possibilita a rastreabilidade de custos em múltiplos níveis, embasando não só a avaliação contábil dos estoques, mas também decisões operacionais e estratégicas (ACTIONSYS, 2021).
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Sistemas de ERP, como o SAP, permitem identificar e analisar detalhadamente cada componente de custos (matéria-prima, embalagens, mão de obra direta, outros custos variáveis, custos fixos indiretos, etc.), facilitando o controle, análise gerencial e políticas de redução de despesas (ACTIONSYS, 2021; ALBUQUERQUE, 2025).
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A parametrização adequada do ERP possibilita a rastreabilidade de custos em múltiplos níveis, embasando não só a avaliação contábil dos estoques, mas também decisões operacionais e estratégicas (ACTIONSYS, 2021).
5. Papel da contabilidade na avaliação de estoques
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A legislação brasileira exige que estoques sejam avaliados pelo custo completo, incluindo todos os componentes diretos e indiretos aplicáveis, para garantir aderência à legislação fiscal e aos princípios contábeis do CPC 16 e IAS 2 (ABBAS, 2012; SANTOS, 1999).
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Utilizar apenas custos variáveis na mensuração dos estoques desrespeita os parâmetros legais e pode comprometer a fidedignidade da demonstração patrimonial (ABBAS, 2012).
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A legislação brasileira exige que estoques sejam avaliados pelo custo completo, incluindo todos os componentes diretos e indiretos aplicáveis, para garantir aderência à legislação fiscal e aos princípios contábeis do CPC 16 e IAS 2 (ABBAS, 2012; SANTOS, 1999).
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Utilizar apenas custos variáveis na mensuração dos estoques desrespeita os parâmetros legais e pode comprometer a fidedignidade da demonstração patrimonial (ABBAS, 2012).
6. Análises gerenciais avançadas: custos diferenciais
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Existem situações em que nem o custeio pleno nem o variável atendem às necessidades gerenciais – é nessas ocasiões que se destaca a análise de custos diferenciais e marginais, especialmente em decisões de make or buy, expansão produtiva, vendas adicionais, entre outros (SOARES, 2017).
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Esse enfoque permite calcular o impacto incremental decorrente de uma decisão específica, atribuindo custos e receitas exclusivamente às variações envolvidas na análise.
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Existem situações em que nem o custeio pleno nem o variável atendem às necessidades gerenciais – é nessas ocasiões que se destaca a análise de custos diferenciais e marginais, especialmente em decisões de make or buy, expansão produtiva, vendas adicionais, entre outros (SOARES, 2017).
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Esse enfoque permite calcular o impacto incremental decorrente de uma decisão específica, atribuindo custos e receitas exclusivamente às variações envolvidas na análise.
7. Importância da visão integrada e complementar dos métodos
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Muitas decisões estratégicas exigem a utilização combinada dos métodos de custeio. Para avaliação de estoques, o método de custeio por absorção é obrigatório. Para decisões gerenciais, o custeio variável e a análise de custos diferenciais devem ser priorizados.
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O erro comum é tratar essas abordagens como excludentes; na realidade, elas se complementam, formando uma visão robusta e multifacetada da gestão de custos (SANTOS, 1999; ABBAS, 2012).
Conclusão
O gerenciamento eficaz dos custos empresariais requer profundo conhecimento e domínio das diferentes metodologias de custeio disponíveis. O custeio variável e o custeio por absorção são ferramentas que, longe de competirem, se complementam e se ajustam conforme o objetivo – seja ele contábil, fiscal ou gerencial. O rateio dos custos indiretos deve ser realizado de maneira criteriosa, utilizando-se sistemas integrados (como ERP/SAP) para sustentar análises detalhadas e decisões fundamentadas. Em situações específicas, a análise de custos diferenciais oferece maior precisão. Adotar uma abordagem integrada e flexível, parametrizada conforme a estratégia empresarial, é a característica dos profissionais e organizações de excelência em gestão de custos.
A seguir mostro um exercício completo comparando os dois sistemas:-
Muitas decisões estratégicas exigem a utilização combinada dos métodos de custeio. Para avaliação de estoques, o método de custeio por absorção é obrigatório. Para decisões gerenciais, o custeio variável e a análise de custos diferenciais devem ser priorizados.
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O erro comum é tratar essas abordagens como excludentes; na realidade, elas se complementam, formando uma visão robusta e multifacetada da gestão de custos (SANTOS, 1999; ABBAS, 2012).
Conclusão
O gerenciamento eficaz dos custos empresariais requer profundo conhecimento e domínio das diferentes metodologias de custeio disponíveis. O custeio variável e o custeio por absorção são ferramentas que, longe de competirem, se complementam e se ajustam conforme o objetivo – seja ele contábil, fiscal ou gerencial. O rateio dos custos indiretos deve ser realizado de maneira criteriosa, utilizando-se sistemas integrados (como ERP/SAP) para sustentar análises detalhadas e decisões fundamentadas. Em situações específicas, a análise de custos diferenciais oferece maior precisão. Adotar uma abordagem integrada e flexível, parametrizada conforme a estratégia empresarial, é a característica dos profissionais e organizações de excelência em gestão de custos.
| Considerando os dados abaixo calcular o valor dos estoques e resultados pelo Custeio Direto e pelo Custeio por absorção | |||||||
| utilizando PEPS ( primeiro entrar primeiro a sair) | |||||||
| ano | qtde produção | qtde venda | saldo estoque | ||||
| 1 | 60 | 40 | 20 | ||||
| 2 | 50 | 60 | 10 | ||||
| 3 | 70 | 50 | 30 | ||||
| 4 | 40 | 40 | 0 | ||||
| Custos Variáveis | 30 | por unidade | ||||
| Custos Fixos | $ 2100 | |||||
| Preço de Venda | 75 | por unidade | ||||
| Custeio Variável | ||||||
| Ano 1 | Ano 2 | Ano 3 | Ano 4 | Total | ||
| Quantidade venda | 40 | 60 | 50 | 70 | 220 | |
| Venda Unitário | 75 | 75 | 75 | 75 | ||
| Vendas Total | 3000 | 4500 | 3750 | 5250 | 16500 | |
| CVU | 30 | 30 | 30 | 30 | ||
| Custos Variáveis | 1200 | 1800 | 1500 | 2100 | 6600 | |
| Custos Fixos | 2100 | 2100 | 2100 | 2100 | 8400 | |
| Lucro | -300 | 600 | 150 | 1050 | 1500 | |
| Saldo de Estoque | ||||||
| qtde | 20 | 10 | 30 | 0 | ||
| unitário | 600 | 300 | 900 | 0 | ||
| Custeio por Absorção | ||||||
| Ano 1 | Ano 2 | Ano 3 | Ano 4 | Total | ||
| Quantidade venda | 40 | 60 | 50 | 70 | 220 | |
| Venda Unitário | 75 | 75 | 75 | 75 | ||
| Vendas Total | 3000 | 4500 | 3750 | 5250 | 16500 | |
| Custo Unit | 65,0 | 69,7 | 62,4 | 72,9 | ||
| Custo | 2600 | 4180 | 3120 | 5100 | 15000 | |
| 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | ||
| Lucro | 400 | 320 | 630 | 150 | 1500 | |
| Saldo de Estoque | 1300 | 720 | 1800 | |||
| qtde | 20 | 10 | 30 | 0 | ||
| unitário | 65 | 72 | 60 | 0 | ||
| total | 1300 | 720 | 1800 | 0 | ||
Calculos dos Custos por Absorção
O valor referente saídas ( abaixo ) corresponde ao CPV.
| Custo Primeiro Ano | Saldo Inicial | 0 | |||||
| Entradas | 60X30 =1800 + 2100 | 65 | |||||
| Saídas | 2600 | 40 | |||||
| Saldo Final | 1300 | ||||||
| Valor | qtde | P.Médio | |||||
| Custo Segundo Ano | Saldo Inicial | 1300 | 20 unidades | 65 | |||
| Entradas | 50X30 =1500 + 2100 | 72 | |||||
| Saídas | 4180 | 20 | |||||
| Saldo Final | 720 | 10 | |||||
| Valor | qtde | P.Médio | |||||
| Terceiro Ano | Saldo Inicial | 720 | 10 | 72 | |||
| Entradas | 70X30 =2100 + 2100 | 60 | |||||
| Saídas | 3120 | 10 | |||||
| Saldo Final | 1800 | 30 | |||||
| Valor | qtde | P.Médio | |||||
| Quarto Ano | Saldo Inicial | 1800 | 30 | 60 | |||
| Entradas | 40X30 =1200 + 2100 | 82,5 | |||||
| Saídas | 5100 | 30 | |||||
| Saldo Final | 0 | 0 | |||||
Vejam que os resultados de cada ano são diferentes nos dois métodos.
A soma dos quatro anos os resultados se equivalem.
Gerencialmente o método do custeio direto é melhor pois facilita a análise e gestão dos custos.
Mas para efeito de precificação o método por absorção é melhor. Já para efeitos legais apenas o método por absorção pode ser usado.
Bibliografia:
SCANFERLA, G. D. Estudo comparativo entre os métodos de custeio. Anais do Congresso Brasileiro de Custos, 2015.
SANTOS, J. L. dos. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 1999.
BEUREN, Ilse Maria. Um estudo sobre a utilização de sistemas de custeio nas empresas. Intercostos, p. 66-85.
ABBAS, K. Os métodos de custeio. Revista de Contabilidade e Finanças - UFRGS, 2012.
MODEL, S. C. da Silva. A abordagem do SAP R/3 para atender as exigências fiscais em avaliação de estoques. Anais do Congresso Brasileiro de Custos, 2001.
SOARES, P. A. Análise de Custos. UFBA, 2017.
ALBUQUERQUE, P. Classificação de custos: tipos e como aplicar na empresa. 2025.
ACTIONSYS. Gestão de custos: conheça os benefícios que um ERP proporciona. 2021.
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