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sábado, 19 de junho de 2021

Ferramentas avançadas de gestão. TOC, ABC/ABM. O mundo real X o mundo ideal




É necessário cuidar do básico, para pensar em seguida nas coisas mais estratégicas e avançadas. Em resumo, para quem está no ruim, não adianta pensar no ótimo, é melhor buscar o razoável, depois o bom e por fim o ótimo.

Muito gerentes e diretores identificam e decidem usar algumas abordagens avançadas, e nem sempre as implementam da melhor forma. Não raro passam a utilizar tais ferramentas de forma errada, onde muitas vezes meios ou caminhos para se atingirem os objetivos passam a ser os fins ou objetivos principais.

Algumas das ferramentas utilizadas são ótimas, mas podem ser  impróprias para determinados contextos. Um certo colega tem como "default" quando falamos em custos, sempre mencionar que o TOC é a solução. Já outro fala do ABC / ABM. Não cheguei a checar mas pode ser que estejam querendo vender serviços.

Por outro lado em muitas empresas as matérias primas correspondem a 80% ou mais dos custos totais. Pseudo conhecedores montam sistemas complexos para controlar os outros 20%  dos custos restantes e esquecem de controlar adequadamente os 80% da matéria prima. 

Na realidade, muitos pensadores e grandes teóricos não conhecem a realidade dos chãos de fábrica onde os desperdícios com baixo rendimento na utilização de matérias primas e embalagens, ineficácia nos processos produtivos, deficiência de manutenção, capacidade ociosa e outros elementos  implicam em perdas monumentais. Para esses pensadores fica mais fácil mandar aplicar TOC, ABC, e outros do que buscarem a efetiva causa raiz dos problemas existentes.


Diversas ferramentas são excelentes meios para se buscarem determinados fins. Excelentes meios significa que as ferramentas não serão as metas mas sim caminhos alternativos para se atingirem as metas.

Trabalhei numa empresa onde implementaram um rebuscado Balanced Score Card, que confrontava a própria filosofia do BSC, que é a escolha de determinadas metas estratégicas e alguns indicadores e ações relacionados a tais metas. A empresa identificou uma quantidade exagerada de indicadores e atrelou centenas de ações aos mesmos. O acompanhamento e atualização do sistema era um martírio, e o pior é que os responsáveis pelo indicadores apenas atualizavam os dados um ou dois dias antes da atualização do Mapa Estratégico, que ocorria a cada 90 dias. Isso implicava em ficar olhando uma Mapa Estratégico desatualizado durante 88 dias.

O BSC é uma excelente ferramenta de Planejamento Estratégico. Mas para ele ser útil não se deve montar um "Frankenstein", mas sim algo simples e prático e dinâmico.

Pior ainda o que tenho visto em diversos grupos nas rede sociais. São coisas assim:

Gente oferecendo planilhas
Gente estou com uma ótima planilha para apuração de custos, alguém quer? ou;
Tenho uma planilha de indicadores de desempenho e BSC, se quiser deixe o seu Email que enviarei. Lógico que muitas vezes pode estar por trás a intenção de capturar emails, ou até boas intenções. Mas como diz o ditado "de boas intenções o inferno está cheio".

Gente procurando planilhas
Tem aqueles que mandam mensagens pedindo planilhas, como por exemplo: Pessoal, preciso de uma planilha que calcule preços de vendas, com diferentes mark ups, destacando impostos, margens e todas as incidências por dentro, por fora, etc, etc.

É importante levar em conta que planilhas e ferramentas prontas e pré formatadas preparadas para uma empresa, não servem para outra, e os profissionais devem ter capacidade e saberem desenvolver as planilhas e sistemas necessários.  Lógico que ferramentas desenvolvidas no passado, incluindo planilhas podem ser úteis como ponto de partida, mas entregar isso na mão de terceiros pode ser temerário, isso principalmente se o terceiro for um leigo que caiu de paraquedas em determinada área.

MUNDO REAL  X  MUNDO IDEAL
Enquanto grandes teorias pululam nas revistas especializadas e nos fóruns das redes sociais, no mundo real as empresas padecem por erros básicos como descontrole e mal dimensionamento nos estoques e no MRP, políticas de crédito deficientes, falta de acompanhamento da rentabilidade por cliente, por produto e por segmento, práticas fiscais deficientes, reconciliações atrasadas, fretes não controlados, adiantamentos não liquidados, estoques mal dimensionados, capacidade ociosa, baixo rendimento na utilização de materiais primas, má utilização dos ERP´s, falta de controle sobre estoques com terceiros, má gestão de contratos, deficiência na área de compras, e inúmeros outros itens.

Sou entusiasta, tenho experiência e gosto das abordagens BSC, ABC / ABM, EVA e outras boas ferramentas que são bons meios para as empresas alcançarem o mundo ideal. Mas antes de tudo é necessário cuidar e assegurar a boa execução no básico, ou seja no mundo real.  Consultores e gestores precisam tomar cuidado e não venderem certas ferramentas como uma panaceia para todos os problemas das empresas, caso contrário poderão estar vendendo gato por lebre.





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