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quinta-feira, 11 de maio de 2023

GESTÃO DE CUSTOS DE MATERIAIS EM EMPRESAS INDUSTRIAIS



Trabalhando com gestão de custos em algumas empresas industrias, sempre tive como uma das prioridades a gestão dos custos dos materiais diretos.

Na maioria das empresas os custos dos materiais representam a mais importante parcela dos custos de produção. 

Porque os livros sobre custos priorizam os custos de transformação, o que inclui a mão de obra direta, outros custos diretos e os custos indiretos? 
Isso mesmo quando esses custos representam uma fração menor dos custos totais!

Um consultor há alguns dias respondeu em uma comunidade que controle dos custos dos materiais é um tópico para outras áreas e não para a área encarregada pela gestão de custos.

A gestão dos custos com materiais deve receber atenção proporcional à participação que eles possuem com relação aos custos totais. Normalmente esses custos chegam a representar de 60 a 90% dos custos totais, então precisam ser muito bem controlados.

Martins e Alt (2006) destacam que a gestão dos custos dos materiais deve abranger toda a cadeia, desde a seleção dos fornecedores até o uso do consumidor final, para garantir uma utilização eficiente e evitar problemas como recalls decorrentes de problemas nos materiais consumidos.

Segundo Kaplan e Norton (1997), o custeio baseado em atividades (ABC) é uma das ferramentas mais utilizadas para o controle de custos e permite a identificação dos custos diretos e indiretos associados a cada atividade da empresa, incluindo o processo produtivo e o gerenciamento dos materiais.

Não se deve deixar o controle do custos com materiais somente nas mãos dos gestores de produção, supply chain e outras área que participam e influenciam na utilização dos custos materiais.

Trabalhando na Refinações de Milho Brasil, a área de custos dedicava 100% do tempo de um analista ao trabalho de controle de rendimento das matérias primas.

O controle de rendimento diz respeito à relação de entrada de materiais primas e saídas de produtos processados. Por exemplo: uma industria alimentícia para produzir 1000 kgs de bolo utilizaria 1100 kgs de materiais ( farinha, açúcar, leite, etc... ), nesse exemplo 100 kgs se perderiam no processo de transformação dos ingredientes do bolo em bolo pronto, ou seja, parte do material evaporaria enquanto o bolo fosse assado, outra parte ficaria retida na vasilhame onde o bolo foi misturado e assado. 
A relação input / output retrata quanto entrou de material não processado e quanto saiu de material processado. Nesse caso o rendimento foi de 1000 dividido por 1100, ou 90,9%.

Nas plantas químicas e em outros tipos de empresa onde encontramos perdas significativas na relação input / output, o cálculo sistemático do rendimento deve ser avaliado continuamente.

No exemplo acima suponha que o forno estivesse desregulado, ou se uma parte dos bolos fossem descartados por terem sido queimados no forno. Essa relação cairia e o custo do bolo subiria.
Nas industriais químicas que trabalham com reações o controle de rendimento é essencial. 
Um equipamento desregulado pode provocar enormes perdas, fazendo com que os índices de rendimento caíssem drasticamente. Por outro lado, algumas mudanças nos processos ou até mesmo investimento em melhorias dos equipamentos, podem resultar em importantes ganhos de rendimento. 
Para viabilizar investimentos para melhoria é necessário um estudo de viabilidade econômica. Oportunamente abordarei como fazer um estudo de viabilidade econômica


Trabalhando em empresas metalúrgicas, detectei que em empresas onde as matérias primas são barras
 de aço, é normal lançarem mão de uma barra de diâmetro maior do que o necessário, no caso de faltar o material ideal para o processo produtivo. No caso grandes perdas passaram a ser evitadas quando custemos o desperdício representado por perdas como essa.

Praticamente nunca encontrei nos livros exemplos como os dois acima, que estão presentes em muitas empresas. Desta forma os livros são importantes, mas o mais importante é a escola do dia-a-dia, e somente essa escola poderá completar o ensinamento que encontramos nas escolas.

Para se obter uma utilização eficiente dos custos com materiais, deve-se controlar toda a cadeia que vai desde a seleção do fornecedor, que passa pela estocagem, requisição, consumo na produção, e termina apenas no mercado atravez do uso do consumidor final. Não raro verificamos a ocorrência de recalls decorrentes de problemas nos materiais consumidos.

Podemos listar uma lista de problemas decorrentes das materiais primas, cada item terá uma forte implicação nos custos, então falar que custos dos materiais não assunto para um departamento de custos me parece pouco inteligente.
Apresentarei oportunamente uma lista com os problemas decorrentes dos materiais em seus diversos estágios de acordo com sua cadeia de valor.

                                                             

Contatos : arilopessilva@gmail.com


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